O governador do Estado venezuelano de Táchira (850 quilómetros a
sudoeste de Caracas), José Gregório Vielma Mora, anunciou que vai pedir ao
executivo que deixe em liberdade o líder opositor Leopoldo López e o
ex-comissário Ivan Simonovis.
"Faz falta, no país, que alguém diga faça tábua rasa e comece de
novo, disse o socialista, apontando o caminho da paz: “Todos os que estão agora
presos, por questões políticas, mandem-nos para casa, incluindo Simonovis,
incluindo Leopoldo López."
Vielma Mora é um político e militar venezuelano que entre os anos 2000 e
2008, durante os governos do Presidente Hugo Chávez, foi superintendente do
Serviço Nacional de Administração Alfandegária e Tributária. Em 2013 foi eleito
governador de Táchira com o apoio do Partido Socialista Unido da Venezuela.
"A paz não é um tema de três letras, nasce do coração, se houve
erros no Governo há que aceitá-los, se houve na oposição há que aceitá-los.
Aceito todos os meus erros e inclusive peço desculpa", frisou.
O governador admitiu que as manifestações de estudantes na Venezuela são
"um problema que vai crescendo" e questionou a atuação da Guarda
Nacional (polícia militar), naquela localidade, na repressão aos manifestantes,
frisando que "houve um excesso" e "os excessos não estão permitidos
nem pelo Governo estadual nem nacional".
"Eu prefiro ter uma instalação queimada a ter um morto, que quebrem
todos os vidros de uma instalação pública a que exista um ferido, estou contra
tratar uma manifestação pacífica através das armas e do atropelo e por isso, em
Táchira, permitimos que os estudantes estejam numa zona que é deles",
frisou.
“Não sou parte do regime, fui eleito democraticamente no Estado mais
opositor do país", disse o socialista, mostrando-se agastado com o
sobrevoo, na semana passada, de dois aviões militares naquela localidade e com
o anúncio do Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, de que poderia decretar o
estado de sítio na região.
"Foi um excesso inaceitável. Eu pedi a mudança do chefe da
Coordenação da Região para a Defesa Integral, porque estou contra a repressão.
Não estamos de acordo com um estado de sítio, estamos tranquilos", frisou.
Leopoldo López Mendoza é um político e economista venezuelano, líder de
partido opositor Vontade Popular, e a 18 de fevereiro entregou-se às
autoridades que o acusam de estar envolvido nos protestos violentos que seis
dias ocasionaram três mortos.
Segundo a imprensa venezuelana, Leopoldo López é acusado dos delitos de
instigação pública, danos à propriedade, 'determinador' (autor intelectual) num
incêndio intencional e associação para cometer delito.
Iván Simonoviz é um ex-comissário policial venezuelano, encarregado de
segurança da Câmara Metropolitana de Caracas, condenado a prisão por
envolvimento nos acontecimentos que em abril de 2002 causaram a morte de várias
pessoas e o afastamento temporário do falecido Presidente Hugo Chávez do poder.
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