O presidente da
Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello, acusou as grandes
redes privadas de supermercados do país de se aproveitarem do trabalho dos
camponeses para obter grandes lucros com a comercialização de produtos
agrícolas.
"As grandes
cadeias de supermercados, que na Venezuela não semeiam nem uma planta de milho,
fazem desastres com as colheitas dos camponeses", disse.
Militante do
Partido Socialista Unido da Venezuela, Diosdado Cabello, falava durante um
encontro com agricultores no Estado venezuelano de Anzoátegui (315 quilómetros
a leste de Caracas), durante o qual anunciou que o Executivo prepara-se para
avançar em breve com novas ações em matéria agrícola e social.
Segundo Diosdado
Cabelo, "às vezes não se conseguem as verduras" nas prateleiras,
porque "há máfias" que condicionam os preços de compra a nível de
agricultores e as levam "e o produtor, que é quem mais trabalha, é quem
menos ganha neste sistema de produção, porque os intermediários ficam com os
lucros".
"Já Basta!
Isto tem acontecido durante anos (…) Aqui não virão mais os privados a
dizer-lhes ou agarras este dinheiro ou verás que fazer com a produção",
disse.
Por outro lado
insistiu na necessidade de criar empregos em matéria agrícola para impulsionar
o sistema nacional de produção de distanciar os jovens dos vícios, sublinhando
que a "única maneira de tirar alguém do ócio é através do estudo e do
trabalho".
Na Venezuela
algumas das mais importantes redes privadas de supermercados são propriedade de
comerciantes portugueses radicados no país.
Na quarta-feira o
ex-presidente do Instituto para a Defesa das Pessoas no Acesso a Bens e
Serviços (Indepabis), Eduardo Samán, acusou os comerciantes de provocarem a
alta inflação que se regista no país ao aplicarem aumentos injustificados no
preço das mercadorias.
"Se eles não
tivessem essa prática de fazer aumentos injustificados, a inflação não se daria
(…). A inflação é o resultado da alteração de preço", disse numa
entrevista ao canal televisivo de notícias Globovisión.
Eduardo Samán
explicou que a especulação é uma consequência do capitalismo, que fixa os
preços dos bens segundo o valor que as pessoas estejam na disposição de pagar
por eles.

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