O vice-presidente
venezuelano para a Área Económica, Rafael Ramírez, disse no domingo que 40
produtos apresentam problemas de escassez na Venezuela, ao mesmo tempo que
assegurou que o governo nacional continuará a trabalhar para combater os
problemas de abastecimento.
Numa entrevista ao
canal privado de televisão Televen, Rafael Ramírez – que também é ministro de
Petróleo e Minas e presidente da empresa estatal Pdvsa –, explicou que essa foi
uma das razões pela qual o governo promulgou recentemente a Lei de Preços
Justos.
"Nós gastámos
milhares de milhões de dólares para trazer alimentos para o nosso país e se não
fosse pelo sistema de distribuição que estabeleceu a revolução (…)
provavelmente não teria sido possível atender os pedidos do nosso povo, porque
teríamos ficado só nas mãos de grandes cadeias de distribuição privada",
disse.
Segundo aquele
responsável, o tema da falta de abastecimento é "um fenómeno grave de
especulação" que atenta contra a estrutura de preços, "uma situação
que está em desequilíbrio e que a Lei de Preços Justos vai atender de maneira
prioritária".
"Com os preços
que alguns segmentos da atividade privada estão colocando nos produtos na rua,
estão jogando à escassez, para que isso seja uma espiral, estão
contrabandeando. Nós estimamos que pelo menos 30 a 40% dos nossos produtos vão
parar fora do país", disse, precisando que em novembro último o Governo
venezuelano fez um plano excecional de importação de alimentos.
"Vamos
importar o que tivermos que importar, mas estamos reunindo com setores de
produção nacional para produzir no país tudo o que possamos produzir (…) temos
de ser capazes de produzir a maioria dos alimentos que consumimos. A produção
(nacional) aumentou mas também o consumo. Somos um país que, em revolução,
conseguiu ter maior poder aquisitivo, maior salário e está consumindo",
disse.
Questionado sobre a
alegada falta de divisas para as importações o ministro venezuelano precisou
que estão a ser disponibilizados 42.960 milhões de dólares (31.846 milhões de
euros) para atender a procura no país, "um número extraordinário, muito
grande".
"Este é um
governo popular, revolucionário, com uma clara orientação, (mas) que ninguém se
engane. Não nos vamos desviar do que é a nossa proposta política. O que dizemos
é que 96% dessas divisas proveem da venda do petróleo, pertencem ao povo",
frisou.
Segundo Rafael
Ramírez o governo venezuelano está a estabelecer prioridades para a procura de
moeda estrangeira para garantir que as divisas sejam disponibilizadas à taxa de
6,30 bolívares (0,07 cêntimos de euro)para alimentos, saúde, educação e para os
bens de capital necessários para a produção.
"Abrimos um
espaço para as coisas que não são essenciais para a nossa economia. Para ser
mais específico 11.800 milhões de dólares vão ser disponibilizados para outra
taxa, que resulta dos leilões do Sicad que neste caso é a 11,30 bolívares (13
cêntimos de euro)", disse.
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