PortuNoticias | Secretário de Estado das Comunidades contra ensino do português dependente da Cultura

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013


O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas repudiou hoje a proposta de um conselheiro das comunidades para que o ensino do português passe a ser tutelado pela Cultura, considerando que tal "reduziria a importância" dos emigrantes.

José Cesário reagia assim à posição expressa recentemente pelo presidente da comissão de Língua, Educação e Cultura do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), Amadeu Batel, que defendeu que "a diáspora deveria estar sob a tutela do ministério da Cultura, quanto às questões da língua, da cultura e das políticas de identidade".

Batel considrou que "não faz sentido nenhum que [essas questões] sejam tuteladas pelo ministério dos Negócios Estrangeiros e pelo [instituto] Camões, que tem vocação para a afirmação do português como língua global e para a internacionalização da língua portuguesa".

Em declarações à Lusa, o governante considerou que esta posição reflete "um pensamento que está situado no século passado".

O secretário de Estado acusou Amadeu Batel de querer "reduzir a importância da área das comunidades".

"Se ele propusesse que as comunidades passassem a ser uma competência, por exemplo, direta do primeiro-ministro ou da presidência do Conselho de Ministros, eu ainda era capaz de compreender. Agora, remetê-las para a Cultura é diminuir a importância desta área", sustentou.

As comunidades estão sob a tutela do ministério dos Negócios Estrangeiros e "estão tratadas", existindo "os instrumentos indispensáveis para a relação com as entidades locais através da rede diplomática".

Para Cesário, esta posição "não está ajustada aos tempos que correm".

"Quando se diz que o ensino do português no estrangeiro tem de ser feito como se o português fosse língua materna, é um erro terrível. Nenhum especialista do setor hoje aceita isto, porque a esmagadora maioria das crianças e dos jovens que estão sujeitos ao ensino do português nasceram no exterior. A língua que utilizam na escola é a língua local", sublinhou.

O Governo tem defendido um método misto de ensino do português, que é ensinado não como língua estrangeira mas como a chamada língua de herança, "em que são salvaguardadas as questões da origem e da herança, mas obviamente não é excluído o facto de o português não ser, normalmente, a primeira língua".

Já o presidente da comissão de Língua, Educação e Cultura do CCP subscreve "políticas que privilegiem o português como língua materna, ou na perspetiva de língua de herança, nos casos em que a socialização primeira das crianças é feita na família".

© Lusa | Agencia de noticias de Portugal



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