Os produtos que escasseiam na Venezuela estão a transformar-se num
novo tipo de presente de Natal de milhares de cidadãos que, nesta época, saem
de Caracas para passar alguns dias com a família.
Hoje, no terminal
de transporte terrestre de La Bandera (Caracas), muitos dos passageiros estavam
munidos com bagagem extra, que passava por uma mala adicional, uma caixinha de
cartão e bolsas plásticas, com produtos que escasseiam no mercado local.
Entre esses
produtos via-se papel higiénico, leite em pó, farinha de milho pré-cozido, óleo
vegetal e açúcar, mas também fraldas, enlatados e artigos de higiene pessoal.
"Estou a sair
para Turmero (90 quilómetros a oeste da capital), além de presentes e de roupa,
levo leite em pó para os netinhos, quatro quilogramas de Harina Pan (farinha de
milho) e açúcar que comprei em Caracas, mas que por lá não se consegue",
explicou uma portuguesa à agência Lusa.
Assegurando que,
"de momento” não falta nada netos, “porque sempre se vai conseguindo o que
comprar", Maria Gonçalves explicou que dedica várias horas diárias a ir
aos supermercados à procura de "coisas" e que cada vez que visita a
filha há sempre algo de bagagem extra, um produto que escasseia e que se
transformou "num presentinho muito apreciado por todos".
Segundo a imprensa
venezuelana, as cidades de Maracaibo, Táchira, Barinas, Barquisimeto e Mérida,
a oeste e sudoeste do país, são as principais localidades para onde os
passageiros levam coisas extra na bagagem.
Algumas destas
localidades fazem fronteira com a Colômbia, sendo constantes as denúncias de
contrabando de produtos, que são comprados na Venezuela a preços mais baixos e
depois levados para o país vizinho, apesar das cada vez mais intensas
fiscalizações das autoridades.
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