Um importante número de portugueses radicados na Venezuela levantou-se
hoje cedo para participar nas eleições municipais locais, apelando aos cidadãos
para "cumprirem" com um direito para o qual estão convocados mais de
19 milhões de venezuelanos.
"Se não
votamos não podemos exigir depois que nos deem atenção. As eleições
presidenciais são muito importantes e têm a ver com a política nacional, mas
estas também são muito importantes porque se trata da autoridade imediata,
próxima, que vamos ter onde vivemos", disse uma cidadã portuguesa à
Agência Lusa.
Com 59 anos,
natural da Madeira, costureira, Conceição de Freitas explicou que "é às
autoridades municipais a quem acodem para tratar licenças para construir, ou
pedir explicações em casos, por exemplo, de falhas em serviços urbanos".
"portanto é
importante que todos venham votar", acrescentou.
João Fernandes, de
67 anos, saiu bem cedo para votar, em El Marqués (Caracas), porque vive
"há muitos anos no pais".
"É um direito
que tenho como cidadão com dupla cidadania e além disso porque a política na
Venezuela passou a ser uma coisa tão intensa que mexe connosco, é difícil ficar
indiferente", explicou.
Este comerciante,
também natural da Madeira, diz estar habituado a trabalhar mais de 10 horas
diárias e que "o dia das eleições é também uma oportunidade para encontrar
vizinhos e conterrâneos" que às vezes não vê durante meses.
Hoje, os
venezuelanos acordaram um pouco mais cedo que o habitual. Durante a noite houve
fogos de artifício e pelas 05:00 horas locais ouviu-se o toque militar de
"Diana" (alvorada), convidando os cidadãos a votar, no que foi
designado pelo Partido Socialista Unido da Venezuela como "Dia da Lealdade
a Hugo Chávez".
Pelas 08:30 horas
locais (13:00 horas em Lisboa), em zonas de Caracas como La Campiña, Chacao e
La Candelária, entre outras, era visível a presença de um importante número
eleitores nas portas dos centros eleitorais, entre eles vários portugueses,
prevendo-se no entanto que a maior afluência se registe ao longo do dia.
Um relatório
emitido pelo Conselho Nacional Eleitoral pelas 07:40 horas locais dava conta de
que mais de 85% das mesas de voto do país estavam a funcionar, prevendo que em
breve atingissem os 100%.
Nos Estados de
Vargas, a norte de Caracas, Barinas e Portuguesa, no centro do país, o atraso
na chegada de alguns membros de mesa e de testemunhas ocasionou alguns atrasos
na abertura das urnas, com as autoridades eleitorais a recorrer a eleitores
para iniciar o processo.
As mesas abriram
pelas 06:00 horas locais e as eleições vão decorrer até às 18:00 horas locais
(22:30 horas em Lisboa).
Estão convocados
para votar 19 milhões de venezeulanos, que vão eleger 335 presidentes de
câmaras municipais, 1680 vereadores nominais, 69 representantes indígenas, 686
vereadores por lista, os presidente da Câmara Metropolitana de Caracas e de
Alto Apure e 20 vereadores distritais. Participam 16.088 candidatos.
O processo é
acompanhado por 150.000 oficiais das Forças Armadas venezuelanas.
© Felipe Gouveia | LUSA | Agencia
de noticias de Portugal
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