O ministro venezuelano para a Alimentação, Rodolfo Marco Torres, tinha
prometido varias vezes aos profissionais da indústria da panificação a chegada
progressiva de 177.000 toneladas de trigo para processar nos moinhos e assim
obter farinha para as padarias do país.
Porém e pese à promessa do ministro, são muitos os padeiros que não receberam
nem um saco de farinha desde há semanas.
“Necessitamos 100 sacos de farinha de trigo por semana e nem 80 recebemos
por mês. Estamos a racionar a venda do pão a 2 vezes por dia aos nossos
clientes. Isso provoca filas frente à nossa padaria e tememos incidentes de
tipo pilhagem se a coisa se ‘por feia’ já que o pouco pão que sai dos fornos
diariamente não alcança para tanta clientela”, indicou João Tavares, padeiro
madeirense a leste de Caracas.
“4 dos 12 moinhos na Venezuela estão paralisados devido à falta de trigo. Não
vai tarde que os 8 seguintes se sumam à paralisação. Nenhum barco está em trânsito
com trigo”, informou Juan Crespo, Presidente da Federação de Trabalhadores de
Farinha (Fetraharina).
Nos anos de 1950, as regiões do Táchira, de Mérida e de Trujillo eram os
estados com maior produção de farinha com 5.300 toneladas. Hoje estão desempregados
mais de 10.000 trabalhadores da indústria molinheira.
“Para abastecer corretamente todas as padarias do país necessitamos 120.000
toneladas mensais. A estabilidade da distribuição de pão só pode ser alcançada
com 100.000 toneladas de trigo já, 100.000 toneladas em trânsito e 100.000
toneladas em tramitação”, informou Tomás Ramos, Presidente da Federação
Venezuelana de Industriais de Panificação e Afins (Fevipan).
“A importação de trigo é uma exclusividade do Estado [venezuelano] devido
aos ‘dólares preferenciais’. O Governo é que decide quando compra e quando
chega o trigo. Só pode ser mentira tantas toneladas de trigo que chegaram de
trigo. Nenhuma padaria de portugueses que conheço tem recebido sacos de
farinha! Vejam as filas em todas as padarias na Venezuela. É a única verdade
que conheço, não a do ministro”, exclamou João Tavares, visivelmente muito
chateado com a situação.
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