Duas centenas de
jornalistas e trabalhadores de meios de comunicação social venezuelanos
marcharam em Caracas em protesto pela falta de divisas para a importação de
papel para imprimir os jornais.
Na Venezuela está
vigente, desde 2003, um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre
obtenção de moeda estrangeira no país, o que obriga as empresas a acudir à
Comissão de Administração de Divisas e ao Centro Nacional de Comércio Exterior
(Cenacoex) para obter os dólares para as importações.
Convocados pelo
Sindicato Nacional de Trabalhadores da Imprensa (Sntp) e pelo Colégio Nacional
de Jornalistas (CNP - entidade responsável pela atribuição da carteira
profissional), os jornalistas marcharam desde o centro de Caracas até a sede do
Cenacoex, onde entregaram um documento a manifestar "profunda
preocupação" pela situação e a instar aquele organismo a autorizar as
divisas para importar papel e evitar o encerramento de mais jornais no país.
"Estamos
perante uma crise de consequências dramáticas e sociais", declarou Marcos
Ruíz, secretário do Sntp, fazendo alusão à escassez de papel que afeta 80
empresas do setor, que obrigou os jornais a reduzir o número de páginas e levou
ao encerramento de 12 diários e revistas.
Segundo Tinedo
Guia, presidente do CNP, a falta de papel "não afeta apenas os
jornalistas, mas a indústria".
"A informação
é democracia, liberdade. Estamos torcendo pela democracia, a liberdade é um
exercício ético do jornalismo", vincou.
No protesto
participaram também estudantes de comunicação social de diversas universidades
venezuelanas.
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