PortuNoticias | Portugueses da diáspora acreditam que o país não se sabe governar desde 1974

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014


Os portugueses que vivem fora de Portugal acreditam que o país não se tem sabido governar desde 1974 e que os deputados deviam estar proibidos de exercer funções no setor privado, segundo os resultados preliminares de um novo estudo.

Mais de 1.070 portugueses residentes em 59 países participaram no estudo "O Sistema Político-Partidário em Portugal visto pela Diáspora Portuguesa", conduzido por André Corrêa d'Almeida, professor adjunto da Universidade Columbia, nos Estados Unidos, e diretor executivo do The Earth Institute, e foi realizado no âmbito da Sustainable Development Solutions Newtwok, uma iniciativa da Organização das Nações Unidas que apoia soluções de desenvolvimento sustentável.

O investigador explicou à agência Lusa que "esta iniciativa tem como fim contribuir para a modernização do sistema político-partidário em Portugal" e que são um "contributo para uma reflexão 40 anos após o 25 de Abril."

André Corrêa d'Almeida adianta que as conclusões mais relevantes dizem respeito à "prioridade para alteração de aspetos institucionais existentes" e aos "níveis de confiança nos diferentes agentes sociopolíticos."

Na primeira parte do inquérito, agora divulgada, os participantes mostraram o seu apoio em relação a 22 questões institucionais.

As propostas que reuniram mais consenso foram a proibição dos deputados acumularem as funções com empregos no setor privado (91,3%), a ideia de que o país não se tem sabido governar desde 1974 (91%), a necessidade de mudar o sistema de financiamento dos partidos (86,7%), a redução do número de deputados (85,4%), o agravamento das penas para más decisões políticas (85%) e a atribuição de mais poderes aos tribunais para investigarem e acusarem políticos (81,7%).

Menos consenso reuniram propostas como a atribuição de mais poderes à Assembleia da República para supervisionar a atividade do governo (72%), um sistema eleitoral que permita o voto direto em candidatos (69,5%) ou a inclusão de um teto máximo para o défice na Constituição (66%).

Finalmente, as propostas que reuniram menos apoio foram a ideia de que os partidos deveriam concorrer entre si e com outras organizações civis por financiamento público (57,8%) ou que se devia manter o atual modelo democrático em que o presidente não supervisiona o governo diretamente (48.2%).

André Corrêa de Almeida diz que "numa altura em que se debate sobre o sistema político-partidário em Portugal, importa muito tornar presente na vida nacional a perspetiva da diáspora para que esta seja ainda mais participante ativa e direta."

O investigador defende que "a diáspora é hoje mais do que nunca, graças às novas redes sociais e aos novos meios de comunicação, um meio poderoso de perspetivar os problemas e os bloqueios do país por via quer do distanciamento e internacionalização de referências".

O autor garante que até ao final de fevereiro, serão partilhadas outras duas partes do estudo.

"Seguir-se-á um período de partilha dos resultados completos com todos os deputados da Assembleia de República para que se possa recolher informação", explica ainda o investigador, adiantando que este período de consulta deve estar concluído no final de maio.

PortuNoticias com © Lusa | Agencia de noticias de Portugal


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