A oposição
venezuelana acusou o presidente, Nicolás Maduro, de dar uma “lista de
desculpas” durante a apresentação na quarta-feira do relatório de sua gestão em
2013 e de afastar-se das responsabilidades de seu governo ante os problemas do
país.
“O presidente
centrou-se numa série de anúncios relacionados com a situação económica e
social que sofremos os venezuelanos, não sem antes afastar-se das
responsabilidades de seu governo nestes graves problemas que nos perseguem”,
disse a aliança opositora venezuelana Mesa da Unidade Democrática (MUD) em
comunicado.
A MUD indicou que o
governante acusa à “burguesia” e a uma suposta “guerra económica” dos problemas
do país; “inimigos etéreos e imaginários em frente aos quais seu governo passa
a ser uma vítima de conspirações galácticas, e ele, um herói do século XXI”.
Nicolás Maduro
apresentou ontem seu primeiro relatório de gestão como presidente da Venezuela na
Assembleia Nacional anunciando mudanças em seu governo, medidas económicas e
variações no atual sistema de controle cambiário, ao mesmo tempo que ameaçou os
especuladores, insistindo que se coloque de parte o tema da insegurança na
disputa política para trabalhar todos juntos.
Para a MUD, o
discurso de Nicolás Maduro, que se estendeu quatro horas, “só serviu como lista
de desculpas para ocultar o fracasso do modelo que se tenta implantar em
Venezuela”.
Acrescentou que os
anúncios do presidente limitam-se a mudanças burocráticas e administrativas e
“novos ministros e funcionários públicos de alto grau, que passam de um
despacho para outro, outra vez”.
“Não anunciou
nenhuma medida com respeito a como enfrentará o gigantesco déficit fiscal, a
queda das reservas internacionais, nem da escassez generalizada de divisas, a
baixa gradual da produção petrolífera e a situação económica deficitária da (petrolífera
nacional) PDVSA”, criticou a MUD no comunicado.
Reclamou que, além
de anunciar mais repressão contra os supostos especuladores e acaparadores,
“não teve nenhum anunciou dirigido a reduzir a inflação” que fechou com 56,2%
em 2013.
“Não se referiu a
como resolverá o gravísimo problema da escassez generalizada de alimentos (…) nem
da escassez de cimento, ferro para a construção civil e muitos insumos
industriais”, diz o documento.
A crítica inclui alias
a omissão do presidente da crise que, segundo a MUD, existe no sistema de saúde
ou a escassez de medicamentos.
Com respeito à
insegurança que açoita o país, a MUD reclamou que o discurso do governante “é
de um voluntarismo cheio de promessas de ‘mão de ferro’” e realçou que o governo
tem lançado “inúmeros planos de segurança [nacional]”, mas que os índices
criminosos “não têm feito senão aumentar em todo o território do país”.
Segundo números
oficiais, a violência na Venezuela cobrou a vida a mais de 11.000 pessoas no
ano passado, números inferiores aos 16.000 do ano 2012. No entanto, a
organização não governamental “Observatório Venezuelano de Violência” assegura
que os assassinatos foram cerca de 25.000 durante o ano de 2013.
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