A administração dos
Estaleiros Navais de Viana do Castelo (ENVC) reúne-se esta semana com a empresa
de Petróleos da Venezuela (PDVSA) para tentar negociar a passagem do contrato
para construção de dois navios asfalteiros ao novo subconcessionário.
Estas reuniões,
indicou hoje à Lusa fonte da administração da empresa pública, realizam-se
durante a 9.ª reunião da Comissão Mista de Acompanhamento Bilateral, que
decorre na Venezuela entre 13 e 15 de janeiro, na presença do
vice-primeiro-ministro Paulo Portas e de vários secretários de Estado.
O presidente da
Empordef - Empresa Portuguesa de Defesa, que tutela os estaleiros -, que também
marcará presença nestas reuniões, tinha já confirmado anteriormente que
decorrem negociações com a Venezuela para seja o novo subconcessionário - o
grupo Martifer -, a construir os dois navios asfalteiros, encomendados em 2010
por 128 milhões de euros.
"Temos tido
negociações no sentido de acordar com a PDVSA as melhores condições para haver
possibilidade de esse contrato ser realizado pelo subconcessionário. É um
dossiê que está em análise, não está fechado", disse à Lusa, em dezembro,
Vicente Ferreira.
Por este contrato,
os ENVC já receberam 12,8 milhões de euros, mas a aquisição de matéria-prima e
outros equipamentos só arrancou em maio de 2013.
Com o encerramento
da atual empresa e a concretização, na passada sexta-feira, da assinatura da
subconcessão dos terrenos e infraestruturas aos novos estaleiros West Sea
(grupo Martifer), o objetivo da administração e da Empordef, precisou a mesma
fonte, é manter o contrato em Viana do Castelo, decisão que está dependente da
vontade da Venezuela.
"Não está a
ser preparada nenhuma solução alternativa, nem foi solicitada pela PDVSA
nenhuma solução alternativa. Aquilo que é a nossa orientação estratégica é no
sentido de concretizar o plano, conforme o Governo português sempre o assumiu
perante as autoridades venezuelanas, da construção dos asfalteiros",
acrescentou Vicente Ferreira.
Há cerca de um mês,
o administrador da Empordef dizia ainda que depois da normalização do acordo
com a PDVSA, em julho de 2013, o contrato estava válido e a empresa até
conseguiu cumprir as primeiras quatro fases, de um total de 14, até à entrega
dos navios, prevista para meados e final do próximo ano.
A nova empresa West
Sea deverá recrutar nos primeiros seis meses deste ano 400 dos atuais 609
trabalhadores, que estão a ser convidados a aderir a um plano de rescisões
amigáveis que vai custar 30,1 milhões de euros.
Em paralelo decorre
a extinção dos ENVC, decidida pelo Governo devido à investigação de Bruxelas às
ajudas públicas atribuídas à empresa, no valor de 181 milhões de euros, desde
2006.
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