O presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou hoje que o seu Governo está a preparar um
plano de desarmento para combater os altos índices de assassinatos no país e
para pacificar a sociedade venezuelana.
"Vamos aplicar
um plano de pacificação nacional no ano de 2014 em todo o território da pátria,
um plano profundo de construção da paz desde dentro das comunidades, que
implique a reincorporação de rapazes que estão no crime e na violência no
trabalho e no estudo, na cultura", declarou.
Nicolás Maduro
falava no palácio presidencial de Miraflores, durante uma reunião, transmitida
pela televisão estatal, com os presidentes de 79 câmaras municipais e
governadores estaduais, convocada para abordar a questão da insegurança, que,
segundo admitiu Maduro, "teve um aumento perigoso" nos últimos 15
dias.
Sublinhando que
"é um esforço tremendo, um tema particularmente importante sobre o qual é
preciso estudar, refletir respeitosamente e de maneira profunda", apontou
que a chave está na educação, na cultura, "no exemplo verdadeiro,
permanente, na comunidade, na família, na escola, dotar os meninos, meninas e
jovens da suficiente defesa imunológica do seu espírito, para ter uma
consciência crítica perante esses anti-valores".
"Eu disse e
ratifico, rapazes que me ouvem, que estão nesses grupos criminosos, chegou a
hora, chegou 2014, eu estendo-vos a mão e atrevo-me a dizer que lhes estendo a
mão de todos os governadores e autarcas deste país para que venham cá, à vida,
ao trabalho, ao desporto, à educação, à cultura, a fazer vida, à sua família
novamente", afirmou.
Por outro lado
enfatizou "a dor do que aconteceu nos últimos 15 dias" e avisou os
criminosos para "que não se enganem", ao mesmo tempo que pediu aos
representantes dos vários organismos para exercerem "a autoridade do
Estado e aplicar mão de ferro".
"Que ninguém
se engane. A autoridade do Estado, da Lei, tem de ser respeitada e temos que
fazer respeitar o direito à vida dos venezuelanos. Têm que entregar as armas.
Este é um processo de pacificação e desarme, ninguém pode ficar com
armas", disse, precisando que apenas a República, as Forças Armadas
Bolivarianas e a polícia podem ter armas.
Nicolás Maduro
disse estar a preparar "uma nova lei de pacificação" para aplicar já
em 2014, que combinará e fortalecerá a autoridade do Estado, assim como uma
ação de combate à insegurança denominada "Plano Pátria Segura", com
mais patrulhamentos, vigilância e maior efetividade na formação de polícias.
O Presidente vincou
que a criminalidade nos Estados venezuelanos de Táchira, Mérida, Zúlia, Apure,
Barinas e Amazonas, "tem uma componente que que vem da irmã Colômbia [com
quem a Venezuela faz fronteira]: o narcotráfico e a violência de todo o tipo,
que levou para a Venezuela coisa que nunca tínham visto", como os
"sequestro expresso" e o "sicariato" (assassínio por
encomenda).
Segundo fontes não
oficiais, 24.763 pessoas foram assassinadas nos últimos 12 meses na Venezuela.

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