PortuNoticias | Empresários portugueses na Venezuela preocupados com reposição de inventários

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014


Com muitas lojas ainda encerradas e outras com estantes praticamente vazias, os comerciantes portugueses na Venezuela concentram-se agora em inventariar os produtos que ficam, preocupados com a incógnita do tempo necessário para repor os inventários.

"Desde outubro que não recebemos mercadoria. Entre novembro e dezembro vendemos praticamente tudo o que tínhamos e os nossos distribuidores dizem que só em princípios de fevereiro é que terão novamente produtos para distribuir", explicou um luso-venezuelano à Agência Lusa.

Pedindo para não ser identificado, este proprietário de uma loja de roupa em Caracas explicou que a situação é parecida em lojas de vários tipos, sejam elas de calçado, de eletrodomésticos, ferragens ou de peças para viaturas, o que levou alguns comerciantes a encerrar os seus negócios para férias ou a programar para mais tarde o reinício das atividades.

A situação é particularmente visível nos grandes centros comerciais de Caracas, onde muitas lojas têm cartazes dizendo que estão fechadas por férias, mas algumas estão abertas com as estantes praticamente vazias. Algumas lojas de eletrodomésticos têm para venda apenas produtos designados localmente de "gama alta", ou seja, são de luxo e mais caros.

O Conselho Nacional de Comércio (Consecomércio) apelou ao governo venezuelano para reunir-se com o setor privado a fim de definir estratégias para a reposição de inventários.

"Insisto em apelar ao setor público para que se sente com os empresários privados para poder chegar ao miolo do problema. A reposição de inventários depende das importações, que pode ocorrer rapidamente se nos chegarem de países próximos, mas podem demorar entre 75 a 90 dias, se vêm de lugares longínquos como a China", disse Maurício Tancredi, presidente da Consecomércio.

Aquele responsável apelou ainda ao governo venezuelano para flexibilizar o sistema de controlo cambial vigente desde 2003 na Venezuela, que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país, sublinhando que essa flexibilização permitiria acelerar as importações e a reposição de inventários.

"Temos que normalizar o fornecimento de divisas, temos que despenalizar o mercado cambial, de forma a que os preços sejam equitativos. Os comerciantes estão na disposição de cooperar se houverem garantias de reposição de produtos e de acesso a divisas para produzir e importar", disse.

Em novembro último, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, acusou os empresários venezuelanos de estarem envolvidos numa "guerra económica" e sabotagem contra o seu Governo, pelo que mandou as lojas de eletrodomésticos do país a baixarem os preços, depois de várias inspeções detetarem alegados "aumentos injustificados".

As inspeções expandiram-se depois a outros setores, como produtos alimentares, automóveis, calçado, têxteis, brinquedos e alugueres, com o Governo venezuelano a anunciar que se prepara para regular os preços e margens de lucro de todos os produtos e serviços do país.

Milhares de pessoas acorreram durante vários dias seguidos às lojas, fazendo aumentar as queixas dos cidadãos de dificuldades em obter alguns produtos essenciais.

@PortuNoticias com © Lusa | Felipe Gouveia | Agencia de noticias de Portugal


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