As autoridades
venezuelanas encontraram uma tonelada de produtos exclusivos das redes estatais
de supermercados em três restaurantes de El Junquito (20 quilómetros a oeste de
Caracas), uma localidade onde a restauração é dominada por portugueses e
espanhóis.
Os produtos em
questão são exclusivos das redes estatais de supermercados Mercal (Mercado de
Alimentos) criadas pelo governo venezuelano e foram encontrados pela Guarda
Nacional Bolivariana (polícia militar), que detetou ainda especulação nos
preços e insalubridade nas arcas congeladoras.
"Determinámos,
na inspeção, uma série de produtos que são distribuídos através da nossa rede,
subsidiados pelo Estado, especificamente pernil importado. Os donos destes
negócios fazem uma simulação de compra noutro comércio e embalam num pacote
diferente do original", explicou aos jornalistas Manuel Quevedo, chefe do
Comando Regional da polícia militar.
No último domingo,
as autoridades venezuelanas confirmaram que foram detidas quatro pessoas na
sequência de irregularidades detetadas num conhecido restaurante de portugueses
em Caracas, como condições de insalubridade em congeladores e a existência de
produtos exclusivos dos supermercados estatais.
As detenções foram
confirmadas pelo ministro venezuelano do Interior, Justiça e Paz, Miguel
Rodríguez Torres, que explicou que foram detidos dois donos do restaurante, o
administrador e um funcionário policial. Aquele responsável precisou ainda que
na parte superior de Budare del Este funcionava "um lugar noturno,
clandestino e ilegal, onde se dedicavam à prostituição".
Segundo Ronald
Rivas, vice-presidente da rede Mercal, o restaurante Budare del Este não tem
autorização legal para usar os produtos da rede estatal.
Por outro lado, o
presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, precisou na sua conta do Twitter que
foi detetado um "roubo de 900 kgs de pernil, 600 kgs de frango, 500 kg de
carne (de vaca) de Mercal, chegando a Budare del Este".
"Ordenei deter
os responsáveis e pô-los à ordem do Ministério Público. Não podemos tolerar que
se destrua, por ladroagem, o Mercal do Povo. Esses produtos são da Missão
Alimentação, para satisfazer as necessidades da família venezuelana, não para
que um 'vivo' (espertalhão) se enriqueça", escreveu.
Segundo o ministro
venezuelano de Alimentação, Félix Osório, é uma irregularidade vender produtos
exclusivos das redes de supermercados estatais Mercal e Bicentenário, em
estabelecimentos privados.
Osório explicou aos
jornalistas que nalgumas oportunidades os supermercados estatais distribuíram
carne e frango a cadeias privadas de alimentos, mas com autorização e
supervisão do Ministério de Alimentação.
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