Os preços de bens de consumo na Venezuela subiram 4,8% em novembro e
2,2% em dezembro, elevando para 52,8% a inflação acumulada em 2013, revelam
dados hoje divulgados pelo Banco Central da Venezuela (BCV).
"Tal como se
analisou em outubro, a especulação sobre os preços de bens e serviços
encontrava-se fora de controlo, o que poderia projetar uma variação mensal
próxima dos 6% em novembro. As medidas de inspeção e fiscalização permitiram
conter essa tendência em novembro e revertê-la em dezembro", afirma um
comunicado do BCV.
O documento
sublinha que as medidas ordenadas pelo Presidente venezuelano, Nicolás Maduro,
em novembro, para combater a especulação e a usura, tiveram "um impacto
muito positivo na opinião pública, especialmente nos setores populares".
As descidas dos
preços e serviços incidiram principalmente no equipamento para o lar (que
passou de 5,1% em outubro para -1,1% em novembro), vestido e calçado (de 7,6%
para 4,3%) e serviços para o lar (de 6,8% para 3,3%).
Por outro lado, a
inflação nas bebidas alcoólicas passou de 8,6% em outubro para 5,5% em
novembro, a cultura e lazer de 4,7% para 2,2%, o transporte de 4,2% para 2,1%,
os serviços de educação de 6,7% para 0,9%, as comunicações de 0,7% para 0,4% e
os restaurantes e hotéis de 6,2% para 5,9 por cento.
Em novembro,
Nicolás Maduro acusou os empresários venezuelanos de estarem envolvidos numa
"guerra económica" e sabotagem contra o seu Governo.
Por outro lado
ordenou as lojas de eletrodomésticos do país a baixarem os preços, depois de
várias inspeções detetarem "aumentos injustificados".
As inspeções
expandiram-se depois a outros setores, como produtos alimentares, automóveis,
calçado, têxteis, brinquedos e imobiliário, com o Governo venezuelano a anunciar
que se prepara para regular os preços e margens de lucro de todos os produtos e
serviços do país.
Milhares de pessoas
acorreram durante vários dias seguidos às lojas, fazendo aumentar as queixas
dos cidadãos de dificuldades em obter alguns produtos essenciais.

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