O PSD defendeu hoje a procura de consensos no parlamento para aprovar
a nova lei do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP), enquanto o PS se
manifestou contra a revisão do diploma, pedindo maior estabilidade legislativa.
O conselho
permanente do CCP, que se encontra reunido em Lisboa até sexta-feira, foi hoje
ouvido pelos deputados da comissão parlamentar de Negócios Estrangeiros e
Comunidades, com o anteprojeto do Governo para rever a lei sobre o
funcionamento deste órgão em destaque.
A última revisão à
lei foi aprovada durante o Governo de José Sócrates, "após uma discussão
muito curta e sem que nenhum dos contributos dos grupos parlamentares fosse
considerado", criticou o deputado do PSD Carlos Alberto Gonçalves.
Para o social-democrata,
"tem de haver consensos para alterar a lei", manifestando "total
disponibilidade" do PSD em relação à proposta, afirmando esperar "que
o Governo a apresente".
Na quarta-feira, em
declarações à Lusa, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário,
afirmou que a proposta de revisão da lei chegará em breve ao parlamento, mas
que ainda não estava definido se seria por iniciativa do Governo ou dos
deputados.
Sobre as propostas
do Governo, Carlos Alberto Gonçalves destacou "o retomar da organização
regional" - atualmente, o CCP funciona com comissões temáticas e o Governo
quer regressar às comissões regionais e locais.
Sobre o
financiamento, o executivo propõe que venha do Fundo para as Relações
Internacionais do Ministério dos Negócios Estrangeiros, o que o PSD considera
ser "uma boa solução, até porque esta verba tende a aumentar".
Para Paulo Pisco
(PS), "não pode haver uma mudança da lei a cada mudança de Governo, porque
isso gera uma grande instabilidade, cria aproveitamento político e gera falta
de consideração pelo Conselho das Comunidades".
Esta proposta do
Governo, acrescentou, "é uma forma de entreter os conselheiros, já que as
políticas para as comunidades têm sofrido cortes profundíssimos".
O deputado
socialista defendeu a manutenção das comissões especializadas, que têm
permitido ao CCP "dar um contributo verdadeiramente qualitativo nas áreas
que interessam às comunidades, como a participação cívica, educação ou
cultura".
Sobre o
financiamento do CCP, o PS concorda que venha do FRI, mas considera que será
insuficiente e irá "limitar a atividade no futuro".
Também o PCP, pela
voz de Carla Cruz, admitiu que os 0,5% previstos sejam "suficientes para o
financiamento". A deputada comunista reiterou que o CCP deve estar
previsto na Constituição, o que "permitiria um reconhecimento e
valorização do seu papel".
Pelo Bloco de
Esquerda, Helena Pinto advogou que a proposta deve emanar do Governo e não da
bancada do PSD, afirmando que "ainda há aqui limites institucionais que
será preciso manter".
A bloquista disse
compreender a defesa da estabilidade da lei feita pelo conselho permanente do
CCP, mas alertou que "esse valor não deve ser absoluto, porque também pode
ser perigoso, uma vez que as leis são fruto das maiorias".
© Lusa | Agencia de noticias de Portugal

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