Um emigrante
português autor confesso do homicídio da ex-mulher, ocorrido na Suíça em 2012,
mostrou-se hoje arrependido, em tribunal, mas afirmou que nunca teve intenção
de a matar, apesar de ter disparado por sete vezes.
"Não era a
minha intenção. Não queria matá-la", afirmou o português, encarregado de
obras na Suíça, perante o coletivo de juízes do tribunal de Ponte de Lima.
O homem, de 36
anos, está em prisão preventiva desde 25 de julho de 2012 e o crime foi
cometido num parque de estacionamento de uma localidade suíça, país onde o
casal residia há 14 anos.
O homicídio
aconteceu a 04 de julho daquele ano, quando o emigrante disparou sete tiros à
queima-roupa sobre a ex-mulher, de 31 anos. Alguns destes, segundo a acusação
deduzida pelo Ministério Público, a distâncias de 10 e 20 centímetros do corpo
da mulher, tendo um projétil trespassado o coração da vítima, provocando-lhe
morte imediata.
Contudo, num
discurso por várias vezes colocado em causa pelo tribunal, o homem negou sempre
qualquer intenção de matar a companheira ou o planeamento do crime.
"Nem pensava
que aquela arma podia matar", afirmou, justificando que foi ter com a
ex-mulher - já não viviam juntos há vários meses depois de um longo historial
de violência doméstica - para tentar "falar sobre a filha",
confessando agora estar "arrependido" do crime.
Contudo, também
admitiu que vivia na altura "sob muita tensão", depois de saber de um
novo relacionamento que a ex-mulher manteria com outro homem.
"Foi uma coisa
repentina. Nunca pensei que ia chegar a isto", disse, no início do
julgamento.
O português, que
tal como a vítima é natural de Ponte de Lima, esteve fugido durante mais de
vinte dias, acabando por se entregar na Polícia Judiciária de Braga, confessando
a autoria do crime.
Está acusado da
autoria do crime de homicídio e pela posse de uma arma proibida, que terá
adquirido dias antes em Portugal.
O emigrante chegou
a ser detido por três vezes pelas autoridades suíças, nos meses que antecederam
o crime, por se aproximar da ex-companheira.
O homicídio terá
sido preparado pelo português nos dias anteriores, após a sua saída de um mês
de detenção por se ter voltado a aproximar da ex-companheira.
Entre 28 de junho e
01 de julho viajou para Portugal, altura em que adquiriu a arma, para a qual
não tinha licença, tendo mantido contactos, considerados habituais, com a
família da ex-mulher, em Ponte de Lima.
De regresso à
Suíça, segundo a acusação, terá estudado durante dois dias o percurso habitual
da ex-companheira no parque de estacionamento da estação de caminho-de-ferro de
Schübelbach-Buttikon.
A 04 de julho
surpreendeu-a naquele local público e, quando esta tentava fugir ao volante da
sua viatura e, após nova discussão, disparou por sete vezes na sua direção,
colocando-se em fuga.
A guarda da filha
menor do casal, nascida já na Suíça e hoje com 14 anos, foi entregue a
familiares maternos.
A defesa do
português já avançou com um pedido ao tribunal para que a condenação a aplicar
seja cumprida na Suíça, para "poder estar mais próximo da filha".
@PortuNoticias com © Lusa | Agencia de noticias de Portugal
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