Representantes de
nove empresas portuguesas visitam os Estados Unidos para falar com o Banco
Mundial e procurar novas oportunidades de financiamento multilateral, disse à
Lusa o presidente da AICEP, Pedro Reis.
Mota-Engil, REN
Serviços, Cabelte, CENOR Consultores, Cinclus Engeneering Consultancy, COBA -
Consultores de Engenharia e Ambiente, Energyin, Q.B (Eupportunity) e SPI
(Sociedade Portuguesa de Inovação) são as nove entidades que integram esta
comitiva empresarial presente em Washington.
A visita destes
empresários portugueses insere-se “num trabalho de fundo que a AICEP - Agência
para o Investimento e Comércio Externo de Portugal tem vindo a fazer em
parceria com o Ministério das Finanças”, referiu Pedro Reis à Lusa, em São
Francisco, estado da Califórnia.
A iniciativa
pretende, de acordo com o responsável da AICEP, “colocar na agenda das
instituições financeiras multilaterais [bancos mundiais ou regionais] as
empresas portuguesas e no radar das empresas portuguesas os instrumentos de
financiamento das multilaterais”.
“Trouxemos nove
empresas da área da engenharia, de projetos, das tecnologias de informação que
vêm posicionar-se e apresentar-se ao Banco Mundial”, indicou Pedro Reis,
acrescentando que estes mecanismos podem ser encarados como "um motor
acrescido ao carro das exportações de cada uma das empresas".
De acordo com o
presidente da AICEP, esta visita tem vários aspetos a destacar, sendo um deles
colocar as empresas nacionais em estreito contacto com os bancos.
“É determinante que
as nossas empresas conheçam os interlocutores, aliás muitas das vezes
portugueses altamente bem colocados nestas instituições, para que tenham com
tempo a perceção e os elementos sobre os projetos que os bancos vão financiar e
lançar em diversos países e se possam candidatar a ser fornecedores”, explicou.
Outro dos aspetos
destacados por Pedro Reis é o facto de estas instituições multilaterais
desenvolveram projetos próprios, mas também financiarem projetos de países.
“Ao financiarem
estes projetos de países recomendam empresas que estejam devidamente
capacitadas, certificadas e homologadas”, sublinhou.
A par do
financiamento, Pedro Reis salientou que estas entidades multilaterais podem
ainda ajudar as empresas portuguesas a obter garantias bancárias.
Para o presidente
da AICEP, esta iniciativa é uma forma “de nivelar” as empresas portuguesas com
os seus concorrentes internacionais, que têm bancos de desenvolvimento
próprios, como é o caso da China ou do Brasil.
A parceria com a
AICEP e o Ministério das Finanças é também uma oportunidade, segundo Pedro
Reis, para as empresas nacionais assumirem parcerias entre si, o que permite
“ganharem escala e terem uma proposta de valor integrado”.
O grupo de nove
empresas em visita a Washington integra entidades que já estão familiarizadas
com estes mecanismos, nomeadamente grupos de construção, e que apresentam
operações em concreto, mas também entidades desconhecidas no meio e que
pretendem ganhar visibilidade.
Os projetos a
financiar, sempre de caráter internacional, são especialmente vocacionados para
países de mercados emergentes ou em desenvolvimento, “onde ainda é preciso uma
intervenção das instituições mundiais para conseguir acelerar o crescimento e
um desenvolvimento equitativo do ponto de vista social e económico”, explicou.
Ainda em
declarações à Lusa, Pedro Reis indicou que o International Finance Corporation
– IFC (membro do Grupo Banco Mundial e instituição de desenvolvimento global
voltada para o setor privado nos países em desenvolvimento), também com sede em
Washington, manifestou interesse para que a AICEP apresente dossiês de projetos
de empresas portuguesas para África, nomeadamente para Angola e Moçambique.
O responsável da
AICEP integra a comitiva da missão de captação de investimento nos Estados
Unidos liderada pelo Ministro da Economia, António Pires de Lima.
@PortuNoticias com © Lusa | Agencia de noticias de Portugal
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