PortuNoticias | Nicolás Maduro vence municipais na Venezuela graças ao “efeito televisão de plasma”

sábado, 14 de dezembro de 2013


Sem surpresa, o Partido Socialista Unido da Venezuela foi o grande vencedor das eleições municipais de domingo, assegurando uma maioria de votos e de mandatos e oferecendo um novo fôlego à presidência de Nicolás Maduro, que recupera a iniciativa política e deixa a concorrência de Henrique Capriles ligeiramente mais para trás.

Com 97% dos votos contados, o PSUV tinha 49,24% contra 42,7% da coligação de oposição Mesa da Unidade Democrática (MUD). Os números mostram um ligeiro crescimento da base eleitoral de Maduro, que nas presidenciais de Abril não foi capaz de cavar uma diferença de mais do que 230 mil votos para a oposição. A margem cresceu agora para 700 mil votos de diferença, mesmo assim, muito longe das votações avassaladoras de Chávez: os resultados municipais confirmam que a Venezuela está partida ao meio, dividida entre a lealdade ao chavismo e o desejo de virar a página.

“Com esta grande vitória, o povo da Venezuela disse ao mundo que a revolução bolivariana continua, e agora com mais força”, declarou o Presidente, que discursou na Praça Bolívar de Caracas assim que o Conselho Nacional Eleitoral divulgou os primeiros resultados parciais. Apesar do tom triunfalista, Maduro teve de esperar quase quatro horas para que aquele organismo determinasse que a “dinâmica” eleitoral já não punha em causa a primazia do PSUV. “Aqui está meu comandante, o presente do seu povo”, notou Maduro, que tinha decretado para a mesma data da votação um dia de amor e lealdade a Hugo Chávez.

Henrique Capriles, o governador do estado de Miranda que é a figura maior da oposição não escondeu um certo desconsolo, mas aconselhou o Presidente a reavaliar a mensagem dos venezuelanos nas urnas. “O Governo continua sem saber ler os resultados. Este país não tem dono”, declarou.

Mesmo sem ter conseguido aumentar a sua base eleitoral em termos de votos absolutos, como era a sua expectativa, a coligação de oposição Mesa de Unidade Nacional reclamou os grandes municípios do país: Caracas e a área metropolitana da capital, Maracaibo, a segunda maior cidade, e uma série de capitais estaduais, incluindo Barinas, terra natal do ex-Presidente Hugo Chávez.

Mas não foi capaz de contrariar o que os analistas descreveram como o “efeito televisão de plasma”, numa referência às controversas medidas económicas do Governo de Maduro, nomeadamente a tomada de cadeias de venda de electrodomésticos e a redução obrigatória dos preços para fomentar o consumo.

No discurso de vitória, o Presidente prometeu manter a sua ofensiva contra os “usurários” e “especuladores”, anunciando a intenção de regular as margens de lucro das empresas privadas em todos os sectores da economia, e particularmente na alimentação e habitação.

Plesbicito a Nicolás Maduro

O PSUV venceu em 196 municípios e a oposição conseguiu 53, anunciou a presidente do Conselho Nacional de Eleições, Tibisay Lucena, precisando que 80 autarquias ainda estavam por atribuir. Dos 337 municípios venezuelanos, apenas oito foram ganhos por outros partidos que não o socialista e o MUD.

Os números prestaram-se a interpretações diferentes para o Governo e a oposição, com o primeiro a cantar vitória por ter alcançado o maior número de votos e conquistado o maior número de municípios, e a segunda, a festejar o seu triunfo nas cidades mais populosas do país. “Por cada três autarquias ganhas pela revolução, a oposição obtém apenas uma”, sublinhou Maduro.

No que diz respeito ao braço-de-ferro entre o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o líder da oposição Henrique Capriles, as eleições de domingo revelaram-se inconclusivas.

Estas municipais eram consideradas um referendo à capacidade de Maduro manter a herança de Hugo Chávez num momento em que o país atravessa uma profunda crise económica, com a taxa de inflação nos 54%.

“Não é uma vitória larga, mas o resultado dá a Maduro um espaço para se mostrar forte e prosseguir com as suas políticas”, assinalava à BBC Mundo o sociólogo norte-americano David Smilde, investigador do Washington Office on Latin America e autor de um blogue sobre a Venezuela.

“A oposição ganhou uma oportunidade para governar e demonstrar, nem que seja simbolicamente, que as coisas podem ser feitas de outra forma”, comentou David Smilde. Porém, o desconsolo nas hostes liberais era palpável. “Eles transformaram a votação num plesbicito a Maduro, e desse ponto de vista perderam”, notou o analista.

© Publico | Comunicação Social SA (Portugal)


■ Somos vetores na divulgação de valores lusos em Venezuela com #PortuNoticias Prensa Internacional e #RadioNavegante ■ Redes sociais: #PortuNoticias
Compartilhe este artigo :

1 comentário:

  1. * Elecciones Municipales: É ahí donde comienza a cobrar fuerza la nueva alternativa.!!! Se sumas la cantidad de residentes ocupacionales de las ochenta y un (81), Alcaldías obtenidos por la “MUD, te darás cuenta que el resultado es superior, a la cantidad de residentes ocupacionales de los doscientos cincuenta y cinco municipios (255), obtenidos por el “PSUV”, por lo tanto seguimos siendo mayoría absoluta.!!!! La alternativa sigue siendo la MUD…!

    ResponderEliminar

 
Suporte técnico: © Adé Caldeira | Creador Website
Copyright © 2013 PortuNoticias - Todos os direitos reservados
Creado por PortuNoticias Prensa Internacional
Facebook: PortuFacebook