Sem surpresa, o
Partido Socialista Unido da Venezuela foi o grande vencedor das eleições
municipais de domingo, assegurando uma maioria de votos e de mandatos e
oferecendo um novo fôlego à presidência de Nicolás Maduro, que recupera a
iniciativa política e deixa a concorrência de Henrique Capriles ligeiramente
mais para trás.
Com 97% dos votos
contados, o PSUV tinha 49,24% contra 42,7% da coligação de oposição Mesa da
Unidade Democrática (MUD). Os números mostram um ligeiro crescimento da base
eleitoral de Maduro, que nas presidenciais de Abril não foi capaz de cavar uma
diferença de mais do que 230 mil votos para a oposição. A margem cresceu agora
para 700 mil votos de diferença, mesmo assim, muito longe das votações
avassaladoras de Chávez: os resultados municipais confirmam que a Venezuela
está partida ao meio, dividida entre a lealdade ao chavismo e o desejo de virar
a página.
“Com esta grande
vitória, o povo da Venezuela disse ao mundo que a revolução bolivariana
continua, e agora com mais força”, declarou o Presidente, que discursou na
Praça Bolívar de Caracas assim que o Conselho Nacional Eleitoral divulgou os
primeiros resultados parciais. Apesar do tom triunfalista, Maduro teve de esperar
quase quatro horas para que aquele organismo determinasse que a “dinâmica”
eleitoral já não punha em causa a primazia do PSUV. “Aqui está meu comandante,
o presente do seu povo”, notou Maduro, que tinha decretado para a mesma data da
votação um dia de amor e lealdade a Hugo Chávez.
Henrique Capriles,
o governador do estado de Miranda que é a figura maior da oposição não escondeu
um certo desconsolo, mas aconselhou o Presidente a reavaliar a mensagem dos
venezuelanos nas urnas. “O Governo continua sem saber ler os resultados. Este
país não tem dono”, declarou.
Mesmo sem ter
conseguido aumentar a sua base eleitoral em termos de votos absolutos, como era
a sua expectativa, a coligação de oposição Mesa de Unidade Nacional reclamou os
grandes municípios do país: Caracas e a área metropolitana da capital,
Maracaibo, a segunda maior cidade, e uma série de capitais estaduais, incluindo
Barinas, terra natal do ex-Presidente Hugo Chávez.
Mas não foi capaz
de contrariar o que os analistas descreveram como o “efeito televisão de
plasma”, numa referência às controversas medidas económicas do Governo de
Maduro, nomeadamente a tomada de cadeias de venda de electrodomésticos e a
redução obrigatória dos preços para fomentar o consumo.
No discurso de
vitória, o Presidente prometeu manter a sua ofensiva contra os “usurários” e
“especuladores”, anunciando a intenção de regular as margens de lucro das
empresas privadas em todos os sectores da economia, e particularmente na
alimentação e habitação.
Plesbicito a Nicolás Maduro
O PSUV venceu em
196 municípios e a oposição conseguiu 53, anunciou a presidente do Conselho
Nacional de Eleições, Tibisay Lucena, precisando que 80 autarquias ainda
estavam por atribuir. Dos 337 municípios venezuelanos, apenas oito foram ganhos
por outros partidos que não o socialista e o MUD.
Os números
prestaram-se a interpretações diferentes para o Governo e a oposição, com o
primeiro a cantar vitória por ter alcançado o maior número de votos e
conquistado o maior número de municípios, e a segunda, a festejar o seu triunfo
nas cidades mais populosas do país. “Por cada três autarquias ganhas pela
revolução, a oposição obtém apenas uma”, sublinhou Maduro.
No que diz respeito
ao braço-de-ferro entre o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o líder da
oposição Henrique Capriles, as eleições de domingo revelaram-se inconclusivas.
Estas municipais
eram consideradas um referendo à capacidade de Maduro manter a herança de Hugo
Chávez num momento em que o país atravessa uma profunda crise económica, com a
taxa de inflação nos 54%.
“Não é uma vitória
larga, mas o resultado dá a Maduro um espaço para se mostrar forte e prosseguir
com as suas políticas”, assinalava à BBC Mundo o sociólogo norte-americano
David Smilde, investigador do Washington Office on Latin America e autor de um
blogue sobre a Venezuela.
“A oposição ganhou
uma oportunidade para governar e demonstrar, nem que seja simbolicamente, que
as coisas podem ser feitas de outra forma”, comentou David Smilde. Porém, o
desconsolo nas hostes liberais era palpável. “Eles transformaram a votação num
plesbicito a Maduro, e desse ponto de vista perderam”, notou o analista.
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Social SA (Portugal)
* Elecciones Municipales: É ahí donde comienza a cobrar fuerza la nueva alternativa.!!! Se sumas la cantidad de residentes ocupacionales de las ochenta y un (81), Alcaldías obtenidos por la “MUD, te darás cuenta que el resultado es superior, a la cantidad de residentes ocupacionales de los doscientos cincuenta y cinco municipios (255), obtenidos por el “PSUV”, por lo tanto seguimos siendo mayoría absoluta.!!!! La alternativa sigue siendo la MUD…!
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