O Presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, disse que as forças políticas que apoiam a
revolução bolivariana conquistaram 76% das câmaras municipais do país e instou
o opositor e ex-candidato presidencial Henrique Capriles Radonski a demitir-se.
"Aí tens o teu
plebiscito, 'caprichinho'. Prepotente, fascista prepotente. Espero que aprendas
a humildade e dês a cara ao país, que te demitas da direção política da Mesa de
Unidade Democrática (coligação opositora) e dos teus cargos", disse.
Maduro falava para
um grupo de simpatizantes, na Praça Bolívar de Caracas, onde sublinhou que
"por cada três câmaras municipais que a revolução ganhou, a oposição
ganhou uma".
"Das 257
câmaras municipais a revolução ganhou 210, com 76% das câmaras do país (…) a
oposição conquistou apenas 53 câmaras, 20% das câmaras do país", disse.
Reconheceu a
vitória do opositor António Ledezma como presidente reeleito da Câmara Maior de
Caracas e anunciou que vai reunir-se, por regiões, com os munícipes eleitos.
"Aqui está o
Plano da Pátria (programa de governo criado pelo falecido Hugo Chávez), quem me
reconhecer como presidente e reconhecer este plano, está convidado ao grande
diálogo social", disse.
Maduro frisou ainda
que quem não o reconhecer como Chefe de Estado "ficará no ostracismo do
esquecimento", numa alusão a setores opositores que continuam a questionar
os resultados das eleições presidenciais de 14 de abril último, em que foi
eleito presidente da República.
"Nós a bem
somos muito bons, sabemos dialogar, sabemos ouvir, aprendemos com tudo o que
ouvimos, venha de onde vier. Isso nos ensinou (Hugo) Chávez, a ouvir, a
estudar, a ver os temas, a tomar decisões, com equilíbrio, com justeza, quem
quiser trabalhar a bem seja bem-vindo, quem se mantiver conspirando e sabotando
terá que ver-se com a lei", afirmou.
O Presidente da
Venezuela sublinhou ainda que a partir de janeiro o seu governo vai dar
prioridade aos programas de assistência social “Grande Missão Habitação
Venezuela” e “Bairro Tricolor”, ao abastecimento de água, à saúde, a uma
ofensiva económica e ao combate à insegurança.
O líder opositor,
Henrique Capriles Radonski, já reagiu e questionou a leitura do governo dos
resultados eleitorais.
"Votaram
somente 58,92% dos venezuelanos. Sobre a base dessa participação podemos tirar
muitas conclusões. O discurso de (Nicolás) Maduro não lê o que passou na
Venezuela. Este país não tem dono (…) temos um país dividido e de isso não nos
podemos alegrar", disse.
Insistiu que é
preciso diálogo e resolver os problemas dos venezuelanos e não um discurso de
ameaça e intimidação, ao mesmo tempo que condenou o que disse ser uma campanha
"abusiva" de "esbanjamento brutal dos recursos" dos
cidadãos.
Os primeiros dados
divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral dão conta que o Partido Socialista
Unido da Venezuela venceu as eleições municipais de domingo com 4.584.477 votos
(44,16%) do total nacional e obteve 196 dos 335 municípios (58,5%). A coligação
opositora Mesa de Unidade Democrática obteve 4.252.082 votos (40,96%) e 53
câmaras municipais (15,82%).
Segundo vários
analistas, a oposição não conseguiu promover as eleições como um plebiscito a Nicolás
Maduro. Os socialistas ganharam mais câmaras e votos, mas a oposição venceu nas
principais cidades e aumentou a sua presença.
© Felipe Gouveia | Agencia de
noticias LUSA
0 comentarios:
Que opinas deste artigo?
Diz-nos o que pensas...