A Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela
(Fedecâmaras) denunciou hoje que os inventários de produtos caíram 26% no país,
alertando as autoridades de que o setor empresarial "não tem
confiança" para efetuar a reposição de produtos.
Jorge Roig, presidente da Fedecâmaras explicou aos jornalistas que a
reposição dos produtos não está decorrer com a velocidade necessária e que
poucas empresas estão a ter acesso a divisas para poderem proceder às
importações.
Na Venezuela está vigente, desde 2003, um sistema de controlo cambial
que impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país.
Os empresários devem pedir licença à Comissão de Administração de
Divisas para obter os dólares necessários, a preços preferenciais, para a
importação de produtos, queixando-se muitas vezes de que têm que recorrer ao
ilegal mercado paralelo, onde a cotação é até 9 vezes mais alta do que o valor
oficial de 6,30 bolívares.
"Há perversidades no mercado que incentivam à corrupção e à
especulação. Quando há diferenças entre o mercado oficial e o paralelo,
evidentemente que afetam [negativamente] o mercado", disse Jorge Groig.
Segundo a Fedecâmaras, a solução para a situação económica venezuelana
passa pela criação de um novo sistema de atribuição de divisas.
A 08 de novembro, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, obrigou as
lojas de eletrodomésticos do país a baixarem os preços, na sequência de
inspeções que detetaram alegados "aumentos injustificados".
Dois dias depois, Nicolás Maduro anunciou que o seu Governo vai impôr
limites ao lucro em todas as áreas da economia e estabelecer penas de prisão
mais pesadas para os empresários que especulem os preços.
Entretanto, as inspeções expandiram-se a outras áreas, como os
alimentos, viaturas, calçados, têxteis, brinquedos e arrendamentos.
© Felipe
Gouveia / Agencia de noticias LUSA
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