Autarcas opositores entregaram hoje uma carta ao Presidente da
Venezuela, Nicolás Maduro, na qual manifestam estar na disposição de trabalhar
em conjunto com o Governo para solucionar os problemas do país, mas "sem
quaisquer retaliações".
"Não estamos
ao serviço de uma ideologia. Estamos ao serviço do povo, por isso o Governo
nacional não pode pretender impor-nos um 'Plano da Pátria' (programa) que
declara o submetimento a uma ideologia em particular (socialismo) e que não
está estabelecida na nossa Carta Magna", afirmam.
O documento foi
entregue no palácio presidencial de Miraflores, durante uma inédita reunião
promovida por Nicolás Maduro, na qual participaram mais de 60 presidentes de
câmaras municipais e vários governadores de Estado opositores.
"Fomos eleitos
para contribuir com a solução dos problemas das gentes, sobretudo da mais
humilde. Fomos eleitos para promover a participação cidadã e fazer do cidadão o
centro das nossas preocupações. Hoje viemos dialogar em prol da união de todos
os venezuelanos", dizem os autarcas.
Durante a reunião o
presidente da Câmara Metropolitana de Caracas, António Ledezma pediu que lhe
sejam devolvidas as competências municipais reduzidas em 2008, quando o
falecido Presidente Hugo Chávez criou o cargo de chefe de Governo para o
Distrito Capital, designando Jacqueline Farias do Partido Socialista Unido da
Venezuela (PSUV) para exercer tais funções.
Por outro lado
denunciou que dois autarcas eleitos nas municipais de 08 de dezembro último,
para as cidades de Valência e Barquisimeto, viram as suas competências
reduzidas porque o Executivo criou "organismos paralelos" de gestão
dirigidos por socialistas.
"Que ninguém
entenda que somos débeis perante Nicolás Maduro", frisou o governador do
Estado de Lara, Henry Falcón, sublinhando que o diálogo entre governo e
oposição deve ser "sincero, objetivo, transparente e inclusivo".
Os opositores
pediram a Nicolás Maduro que avance com uma Lei de Amnistia para o que dizem
ser "presos políticos", que devolva os recursos e analise os deficitários
orçamentos de vários municípios.
"Queremos
diálogos com respeito, sobre os hidrocarbonetos (…) se queremos tomar medidas
que peçam sacrifício ao nosso povo, parte dessa mensagem é não continuar
obsequiando dinheiro a outros países quando temos necessidades", disse o
autarca Carlos Ocariz.
Daniel Ceballos
denunciou que no Estado de Táchira (fronteiriço com a Colômbia) quando os
cidadãos pretendem adquirir produtos e combustível são submetidos a "uma
espécie de Apartheid" e à promoção de "xenofobia contra a
Colômbia", sob "o olhar complacente de muitos dos que estão no
Governo".
Em resposta, o
Presidente Nicolás Maduro acusou a oposição de ter fomentado a xenofobia contra
os colombianos, ao acusá-lo de ter nascido na Colômbia, vincando que nasceu em
Caracas, mas que estaria orgulhoso de ter nascido em Cúcuta ou Bogotá.
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