Oposição venezuelana disposta a trabalhar com o Governo mas sem “retaliações”

terça-feira, 31 de dezembro de 2013


Autarcas opositores entregaram hoje uma carta ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na qual manifestam estar na disposição de trabalhar em conjunto com o Governo para solucionar os problemas do país, mas "sem quaisquer retaliações".

"Não estamos ao serviço de uma ideologia. Estamos ao serviço do povo, por isso o Governo nacional não pode pretender impor-nos um 'Plano da Pátria' (programa) que declara o submetimento a uma ideologia em particular (socialismo) e que não está estabelecida na nossa Carta Magna", afirmam.

O documento foi entregue no palácio presidencial de Miraflores, durante uma inédita reunião promovida por Nicolás Maduro, na qual participaram mais de 60 presidentes de câmaras municipais e vários governadores de Estado opositores.

"Fomos eleitos para contribuir com a solução dos problemas das gentes, sobretudo da mais humilde. Fomos eleitos para promover a participação cidadã e fazer do cidadão o centro das nossas preocupações. Hoje viemos dialogar em prol da união de todos os venezuelanos", dizem os autarcas.

Durante a reunião o presidente da Câmara Metropolitana de Caracas, António Ledezma pediu que lhe sejam devolvidas as competências municipais reduzidas em 2008, quando o falecido Presidente Hugo Chávez criou o cargo de chefe de Governo para o Distrito Capital, designando Jacqueline Farias do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) para exercer tais funções.

Por outro lado denunciou que dois autarcas eleitos nas municipais de 08 de dezembro último, para as cidades de Valência e Barquisimeto, viram as suas competências reduzidas porque o Executivo criou "organismos paralelos" de gestão dirigidos por socialistas.

"Que ninguém entenda que somos débeis perante Nicolás Maduro", frisou o governador do Estado de Lara, Henry Falcón, sublinhando que o diálogo entre governo e oposição deve ser "sincero, objetivo, transparente e inclusivo".

Os opositores pediram a Nicolás Maduro que avance com uma Lei de Amnistia para o que dizem ser "presos políticos", que devolva os recursos e analise os deficitários orçamentos de vários municípios.

"Queremos diálogos com respeito, sobre os hidrocarbonetos (…) se queremos tomar medidas que peçam sacrifício ao nosso povo, parte dessa mensagem é não continuar obsequiando dinheiro a outros países quando temos necessidades", disse o autarca Carlos Ocariz.

Daniel Ceballos denunciou que no Estado de Táchira (fronteiriço com a Colômbia) quando os cidadãos pretendem adquirir produtos e combustível são submetidos a "uma espécie de Apartheid" e à promoção de "xenofobia contra a Colômbia", sob "o olhar complacente de muitos dos que estão no Governo".

Em resposta, o Presidente Nicolás Maduro acusou a oposição de ter fomentado a xenofobia contra os colombianos, ao acusá-lo de ter nascido na Colômbia, vincando que nasceu em Caracas, mas que estaria orgulhoso de ter nascido em Cúcuta ou Bogotá.

@PortuNoticias com © Lusa | Felipe Gouveia | Agencia de noticias de Portugal


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