Mulher Migrante: “Luso-venezuelanos estão a afastar-se das suas raízes”

terça-feira, 31 de dezembro de 2013


A associação Mulher Migrante na Venezuela (MMV), advertiu que as novas gerações de luso-venezuelanos estão a afastar-se das suas raízes e insiste na importância de maior esforço de Portugal para reforçar relações com as comunidades.

"Observamos que as novas gerações estão a afastar-se das raízes portuguesas. É por isso que Portugal deve reforçar a relação ibero-americana, que deve passar pelo fortalecimento nas áreas política e económica, mas também pelas educativa e cultural", defende a MMV em comunicado.

Segundo a MMV "se é bem certo que nos princípios da emigração portuguesa, no que se refere à Venezuela, observamos a típica emigração da mala de cartão, a saudade do país que deixaram para trás e da família que só voltariam a ver depois de muitos anos, não é menos certo que esta emigração conseguiu inserir-se na comunidade venezuelana e ultrapassar as barreiras culturais e linguísticas que no início pareciam quase impossíveis".

A associação adianta que "para poder falar da nova emigração é preciso rever a sua história, para assim melhor compreender as mudanças que ao longo do tempo têm vindo a suceder".

A MMV precisa que a emigração sofreu alterações, referindo que se a aposta inicial "era angariar o máximo de dinheiro no mínimo de tempo, para poder regressar, cedo deu-se de conta de que esse projeto económico não era realizável no espaço de tempo sonhado", uma situação que entrou "em conflito com outros objetivos importantes" como "a formação escolar das crianças que exigia o adiamento do regresso e obrigava a uma certa integração" e uma "redistribuição de papéis na família à medida que as mulheres encontravam formas de trabalho remunerado".

"A educação familiar teve um peso significativo na formação e na vida das mulheres de origem portuguesa, tendo muitas delas relatado que os pais eram severos e austeros, ensinando principalmente os costumes da sociedade portuguesa, que tiveram uma educação diferenciada em comparação aos irmãos", diz o comunicado.

A MMV sublinha que "as mulheres da segunda geração, que atingiram um nível educativo superior, são pessoas na maioria das vezes com uma identidade ambígua, conhecem bem os padrões da pátria dos seus pais, não partilham a sua rigidez, mas gostam dos seus hábitos alimentares e das reuniões familiares aos domingos e nos dias de festa".

"No entanto, já não conseguem ter grande fluência na língua dos pais, limitando o seu vocabulário ao indispensável para a comunicação doméstica. Isso traz como consequência que seja mais fácil expressarem-se na língua do país onde vivem e que muitas vezes já nem se identifiquem como portuguesas", conclui.

@PortuNoticias com © Lusa | Felipe Gouveia | Agencia de noticias de Portugal


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