PortuNoticias | Quatro mil indústrias e 205.000 empresas encerraram na Venezuela desde 2003 – Fedecâmaras

sexta-feira, 29 de novembro de 2013


A Federação de Câmaras de Comércio da Venezuela (Fedecâmaras) revelou hoje que 4.000 indústrias e 205.000 empresas encerraram desde 2003, ano em que foi implementado um férreo sistema de controlo cambial que impede a livre obtenção de moeda estrangeira.

"Quatro mil indústrias e 205 mil estabelecimentos empresariais encerraram nos últimos 10 anos, por culpa deste modelo económico (governamental), produto destas péssimas políticas comerciais", disse o presidente da Fedecâmaras, Jorge Roig.

Em declarações aos jornalistas, Jorge Roig acusou o Estado de intervir em quase todas as áreas da economia privada e de expropriar empresas que passaram a ter uma produção reduzida, citando como exemplo de mau resultado que 10 de 16 centrais açucareiras que foram nacionalizadas "operam a 48% da sua capacidade" e que "apenas estão produtivas 2% das terras" que passaram a estar controladas pelo Executivo.

A Fedecâmaras negou estar a promover uma "guerra económica" contra o Governo venezuelano e acusou o presidente Nicolás Maduro de, usando esse pretexto, ter aplicado medidas de intervenção administrativa de empresas e obrigado os empresários a baixar os preços dos produtos, nalguns casos até 70%.

Jorge Roig sublinhou que o sistema de controlo cambial está vigente há 10 anos e que o Governo acumula dívidas e atrasos de mais de 700 dias na atribuição de divisas, questionando a acusação dos governantes de que as empresas receberam dólares a preços preferenciais e vendem os materiais que importam segundo a cotação do mercado paralelo.

"Não é verdade que entregaram os dólares de maneira oportuna e sobretudo não é verdade que entregaram os dólares a quem deviam entregar (…) apenas 2% das empresas que produzem no país recebem dólares da Comissão de Administração de Divisas", disse.

A Fedecâmaras instou o Governo venezuelano a publicar a listagem dos dólares e das empresas às quais foram atribuídos, reclamando "transparência" no processo.

Por outro lado pediu sanções para os empresários que especulam e que se desviaram da prática comercial para obter benefícios com divisas que foram usadas para fins diferentes dos outorgados.

"Nós enviámos 250 mensagens de alerta ao Governo nacional para que observasse o que estava a acontecer. Esta situação era previsível (…) não é possível que agora importemos 56% do que consumimos", disse.

Desde há várias semanas que o Governo venezuelano acusa os empresários de serem responsáveis pela escassez de produtos e a alta inflação existente no país, de vender produtos a preços excessivos, tendo obrigado os comerciantes a baixar os preços, na sequência de fiscalizações que detetaram alegadas "subidas injustificadas".

© Felipe Gouveia / Agencia de noticias LUSA



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