[17/02/2014] O dirigente da oposição venezuelana, Leopoldo López, convocou os
venezuelanos para o acompanharem numa marcha até ao Ministério do Interior,
Justiça e Paz, onde quiz "dar a cara" às acusações do Governo contra
si.
Líder do partido Vontade Popular é procurado pelas autoridades
venezuelanas, Leopoldo López é acusado pelo Governo de estar envolvido nos
acontecimentos violentos que provocaram mortos e dezenas de feridos durante as
manifestações na última semana.
"Estarei aí para dar a cara. Disseram durante os últimos dias que
me querem ver preso, aí estarei para dar a cara. Eu não tenho nada a temer, não
cometi nenhum delito. Tenho sido um venezuelano comprometido com o nosso país,
com o nosso povo, com a Constituição e com o nosso futuro", disse Leopoldo
López num vídeo divulgado através do Youtube.
O político frisou ainda que "se há alguma decisão ilegal” de o
prender seria enfrentada e assumida.
No vídeo o líder opositor começou por agradecer "todas as mensagens
de apoio e solidariedade" recebidas nos últimos dias e sublinha que
continua na Venezuela, onde vai permanecer para “lutar” por um país melhor.
"Como é natural tirei uns dias para pensar, partilhar com a minha
família e tomar a melhor decisão nestes momentos. Como ratifiquei continuarei a
luta nas ruas e ao lado do povo venezuelano. É por isso que esta próxima
terça-feira 18 quero convocar todos para que caminhemos juntos (…) até ao
Ministério do Interior e Justiça, lugar que se converteu no símbolo da
repressão, da perseguição, das torturas e das mentiras", afirmou.
Chamado de "covarde" pelo Presidente Nicolás Maduro, Leopoldo
López anunciou aos seus simpatizantes que levaria "requerimentos muito
completos" que passariam por "esclarecer a responsabilidade do Estado
nos homicídios ocorridos" sublinhando que "aí estão fotos, vídeos,
provas irrefutáveis do que aconteceu nesse dia".
Leopoldo López pretendia também que sejam libertados "todos os
cidadãos" que "foram perseguidos e continuam presos e alvo de
torturas", que "acabe a repressão e a perseguição do que é um direito
de todos os venezuelanos, o direito a protestar".
O Governo venezuelano deve também "assumir o desarmamento dos
grupos paramilitares e coletivos que foram responsáveis por homicídios e pela
insegurança".
"Esse dia temos que sair como sempre o fizemos, pacificamente.
Peço-lhes que se vistam de branco porque isso significa o nosso compromisso
pela paz", disse.
Segundo a imprensa venezuelana, Leopoldo López é acusado dos delitos de
"associação, instigação para cometer delito, intimidação pública, incêndio
a edifício público, danos a propriedade pública e lesões graves", além de
outros como homicídio.
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