O Papa Francisco criticou no Vaticano a “dicotomia absurda” que leva
algumas pessoas a aceitar Jesus e a recusar a Igreja, afirmando que a fé cristã
exige uma dimensão comunitária.
“O cristão não é um batizado que recebe o Batismo e pode seguir pelo seu
caminho. O primeiro fruto do Batismo é fazer-te pertencer à Igreja, ao povo de
Deus: não se percebe um cristão sem Igreja”, disse, na homilia da Missa a que
presidiu na capela da Casa de Santa Marta.
Francisco citou o Papa Paulo VI a respeito da “dicotomia absurda de amar
Cristo sem a Igreja”.
“Não é possível, é uma dicotomia absurda, recebemos a mensagem do
Evangelho na Igreja e construímos a nossa santidade na Igreja, o nosso caminho
na Igreja. Tudo o resto é fantasia ou, como ele [Paulo VI] dizia, uma dicotomia
absurda”, insistiu.
O Papa prosseguiu o ciclo de reflexões que tem apresentado esta semana a
respeito da figura do rei David, sublinhando esta manhã o seu “forte sentido de
pertença ao povo de Deus”.
A partir do relato bíblico, Francisco apresentou aos participantes na
celebração “três pilares” da pertença de cada católico à Igreja: humildade,
fidelidade e oração por essa mesma Igreja.
“Uma pessoa que não é humilde, não pode sentir com a Igreja, mas sentirá
o que lhe aprouver”, advertiu.
A homilia ligou a fidelidade à “obediência”, também ao ensinamento da
Igreja, para evitar ser “donos do Evangelho, donos da doutrina recebida”.
“O mesmo Paulo VI recordava que nós recebemos a mensagem do Evangelho
como um dom e temos de transmiti-la como um dom, não como algo nosso”,
precisou.
Em conclusão, o Papa deixou votos de que cada membro das comunidades
católicas saiba “aprofundar” a sua pertença eclesial e o seu “sentir com a
Igreja”.

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