O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro,
assinou na noite de terça-feira um decreto que regula a produção, compra e
venda de carros no país.
"Está pronto o decreto para regular e fortalecer o mercado de
viaturas, baixar os preços dos carros produzidos na Venezuela, dos importados e
dos carros usados", disse.
A assinatura teve lugar num ato no palácio presidencial de Miraflores
durante o qual sublinhou que o seu Governo está a “atuar com muita clareza” e
que o decreto estabelece também a “proibição de especular com viaturas usadas”.
"Vou assinar este decreto para regular os preços, eliminar as
mafias e pôr o preço justo à porta da fábrica e daí ao comprador", disse.
Por outro lado explicou que em 1998 a havia um carro por cada 10,9
pessoas, média que atualmente baixou para um carro por cada cinco pessoas.
Segundo Nicolás Maduro o Governo venezuelano vai controlar "o
processo de produção e fiscalização de viaturas" e estabelecer as margens
de lucro, passando os proprietários das lojas de carros a estarem impedidos de
condicionar as vendas ou as preferências.
Anunciou ainda que os cidadãos que abram conta em moeda estrangeira nos
bancos estatais venezuelanos poderão solicitar autorização para comprar e
importar viaturas novas.
Na Venezuela vigora, desde 2003, um sistema de controlo cambial que
impede a livre obtenção de moeda estrangeira no país.
Para comprar uma viatura, os compradores devem dirigir-se às lojas
especializadas e, depois de se inscreverem, esperam vários meses pelo carro
novo, cujo modelo e cor muitas vezes é imposto pelos vendedores.
A alta inflação e as dificuldades para conseguir comprar carro novo
provocou a subida dos preços das viaturas usadas, que muitas vezes, poucos dias
depois de saírem das lojas são revendidas a terceiros por um valor mais elevado
do que o original.
Um empresário português, proprietário de um ‘stand’, explicou à agência
Lusa, a título de exemplo, que um carro usado que foi vendido no ano 2005 custa
atualmente quase dez vezes mais o seu valor original. Um preço que é muito
próximo dos modelos novos atuais.
A 08 de novembro, o Presidente da Venezuela obrigou as lojas de
eletrodomésticos do país a baixarem os preços, na sequência de inspeções que
detetaram alegados "aumentos injustificados".
Dois dias depois, Nicolás Maduro anunciou que o seu Governo vai impor
limites ao lucro em todas as áreas da economia e estabelecer penas de prisão
mais pesadas para os empresários que especulem.
Entretanto as inspeções estão a ser alargadas a outras áreas da economia
como os alimentos, viaturas, calçados, têxteis, brinquedos e alugueres.
© Felipe
Gouveia / Agencia de noticias LUSA
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