A morte de Chávez,
em Caracas, não mudou o rumo da revolução bolivariana na Venezuela,
transformando o seu líder histórico numa referência para todas as políticas do
país.
Em março, a morte
de Chávez transforma o Presidente venezuelano num ícone da esquerda no país,
que vota no seu sucessor Nicolás Maduro, que ganha as eleições um mês depois,
com pouco mais de metade dos votos, num eleitorado fortemente dividido.
A memória do líder
populista uniu a esquerda no confronto eleitoral e também tem servido como
justificação das opções políticas do seu sucessor, num contexto de crise
económica.
Imediatamente após
as eleições, a oposição pediu uma contagem manual dos votos e impugnou, sem
sucesso, as eleições.
No entanto, a
vitória da esquerda nas urnas, teve novos desafios na coesão da coligação
eleitoral e na crise económica.
Apesar disso,
Maduro manteve a aposta em políticas sociais, tendo reduzido o horário laboral
a 40 horas por semana, e nas exportações, promovendo a desvalorização da moeda.
No plano
internacional, o governo norte-americano impôs sanções à Companhia Venezuela de
Indústrias Militares pela venda de tecnologia militar ao Irão.
Em resposta,
Caracas expulsou cinco funcionários norte-americanos (dois em março e três em
setembro) por alegado envolvimento em atos de conspiração contra o regime
venezuelano.
Associada
inicialmente a problemas de distribuição, a escassez de produtos básicos
acentuou-se em produtos como farinha de milho e de trigo, margarina, queijos,
açúcar, óleo vegetal, papel higiénico ou leite.
No país, as filas
para comprar alguns produtos passaram a ser uma constante, e a inflação subiu a
valores na ordem dos 50 por cento.
A isso somaram-se
grandes períodos de apagões elétricos (setembro e dezembro) devido a problemas
estruturais da rede.
Para combater a
insegurança, a Venezuela criou o programa Plano Pátria Segura, enviando
militares para as ruas principais das cidades e iniciando a instalação de
câmaras de videovigilância.
Pelo menos dois
portugueses e oito luso-descendentes foram assassinados, e a comunidade
portuguesa deu conta do rapto de duas dezenas de compatriotas.
Em novembro último,
no meio de denúncias de "guerra económica" e sabotagem, Nicolás
Maduro acusou os empresários de "aumentos injustificados" e obrigou
as lojas de eletrodomésticos a baixar os preços.
Em 2013, o
parlamento aprovou a Lei Habilitante, que concede poderes especiais ao
presidente, por 12 meses, para legislar por decreto em matéria de combate à
corrupção, à guerra económica, branqueamento de capitais e fuga de divisas.
© Felipe Gouveia | Agencia de noticias LUSA
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