A oposição
venezuelana criticou ontem a intenção do governo de reajustar pela primeira vez
desde 1997 o preço da gasolina. O governador de Miranda, Henrique Capriles,
atacou o presidente, Nicolás Maduro, por ter colocado o tema em debate depois
das eleições regionais do dia 8, vencidas pelo chavismo.
Outros deputados
questionaram o acordo com Cuba que prevê o envio de 100 mil barris por dia de
petróleo à ilha. "Agora, anunciam que vão aumentar a gasolina", disse
Capriles. "Por que não falaram isso durante a campanha eleitoral?"
A deputada María
Corina Machado acusou Maduro de privilegiar os acordos com Cuba em detrimento
do mercado interno. "Com que moral querem que paguemos a gasolina que eles
dão de presente ao regime cubano. O governo está tirando a gasolina para dá-la
aos irmãos Fidel e Raúl Castro."
Em troca do
petróleo, a Venezuela recebe médicos e professores de Cuba que atuam em
projetos sociais em comunidades carentes do país. O subsídio à gasolina,
segundo a PDVSA, consome 600 mil barris por dia, além dos 100 mil que,
acredita-se, sejam contrabandeados para países vizinhos, especialmente para a
Colômbia.
Principal entidade
patronal venezuelana, a Fedecâmaras não achou o provável aumento totalmente
ruim. "Esse debate avança na direção correta e é um reconhecimento da
necessidade de diálogo que tem o país", disse, por meio de nota, o
presidente da entidade, Jorge Roig.
Economistas
venezuelanos concordam que o fim do subsídio era inadiável. O litro da gasolina
na Venezuela custa hoje, pelo câmbio oficial, o equivalente a 0,073 euro por
litro.
Com o aumento, o
litro passaria para 0,3152 euros por litro.
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